quarta-feira, 3 de agosto de 2011

MP do Rio cria grupo especializado para combater violência sexual contra crianças


O promotor explicou que o grupo vai trabalhar com o respaldo da Polícia Civil nas investigações. “A ideia é que haja policiais destacados para atender a diligências dos promotores, que terão um olhar diferenciado e que poderão dar atenção especial a esses crimes até para dar uma celeridade que a apuração demanda.”
Com a criação de uma equipe de promotores especializados em crimes de violência sexual contra crianças e adolescentes, segundo Afonso, será possível também produzir uma estatística mais exata das denúncias que chegam às mais de 100 promotorias existentes no estado. De acordo com o MP, a Baixada Fluminense, a Região dos Lagos e a capital são as três regiões com os maiores números de denúncias.
O promotor criticou a extinção do programa Sentinela, do governo federal, que promovia o atendimento continuado de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. “Com o fim do programa que se fundiu na assistência social, ficamos sem serviços especializados para essas vítimas na maioria dos municípios, principalmente psicológicos. Era um programa que funcionava bem e foi desestruturado sem que houvesse uma estruturação prévia da rede para receber esses casos.”
Paralelamente, o MP-RJ vem realizando parcerias com empresas privadas e entidades voltadas para o turismo, como a Associação Brasileira de Hotéis do Rio, com o intuito de ampliar a capacitação de profissionais, ministrar palestras e divulgar materiais com os canais de denúncia.
O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresa do Rio (Sebrae-RJ) vem ministrando palestras para mobilizar donos de hotéis, pousadas, restaurantes e bares na prevenção ao turismo sexual. Patrícia Mattos, analista do Sebrae, explicou que o maior medo dos donos desses estabelecimentos é que, depois de denunciarem os casos, eles sofram algum tipo de represália. “Mas nós explicamos que as denúncias feitas pelos Disque 100 ou para os conselhos tutelares são anônimas e que é dever social de todos combater esse crime.”

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